Termos Técnicos de Farmácia são fundamentais tanto para estudantes de medicina, veterinária, odontologia quanto para quem busca se tornar um farmacêutico através do curso de farmacologia

Seguem os principais termos do segmento

  • Erro de medicação: qualquer evento evitável, não intencional, que pode provocar o uso inadequado de um medicamento, causando ou não danos ao paciente. Esses erros podem ocorrer desde a etapa de prescrição até o acompanhamento da utilização, independentemente de o medicamento estar sob o controle dos pacientes ou dos profissionais da saúde
  • Dispensação de medicamentos: ato de fornecer medicamentos, através da apresentação de receita elaborada por um profissional habilitado, destinados à administração ao paciente. Na dispensação, o farmacêutico deve orientar o paciente ou o profissional da saúde em relação à correta utilização do medicamento, incluindo iterações e incompatibilidades medicamentosas, além das reações adversas mais comuns.
  • Distribuição de medicamentos: atividades que envolvem o fornecimento, a expedição e o armazenamento de medicamentos e insumos farmacêuticos. Não são enquadrados na distribuição, o fornecimento de medicamentos ao público.
  • Intoxicação medicamentosa: resposta nociva à administração, intencional ou não, de quantidades de um medicamento superiores a aquelas normalmente utilizadas na terapia, profilaxia ou diagnóstico.
  • Medicamentos potencialmente perigosos (MPP): são aqueles que possuem maior risco de provocar algum dano significativo ao paciente, causado por falhas no processo de utilização do medicamento. Apesar de os erros ocorridos com os MPPs não serem os mais frequentes, a gravidade dos danos é mais alta,sendo que as lesões podem ser definitivas ou, até mesmo, provocar a morte do paciente.
  • Ágar: produto extraído de algas vermelhas com aspecto semelhante à gelatina, usado com a finalidade de solidificar meios de cultura de microrganismos.
  • Aglutinação: termo utilizado em imunologia para determinar a agregação de uma matéria particulada — células, como as bactérias e os eritrócitos; ou partículas sintéticas, como plástico ou vidro — resultante de uma reação do tipo antígeno-anticorpo. A aglutinação é geralmente utilizada para detectar antígenos ou anticorpos no material de exame.
  • Antibiograma: técnica utilizada para determinar a sensibilidade ou o perfil de suscetibilidade bacteriana in vitro em relação a agentes antimicrobianos. O teste é de grande importância, visto que a maior parte das bactérias clinicamente relevantes são resistentes a esses agentes. Ele informa se a bactéria que está infetando o paciente é resistente ou sensível ao antibiótico escolhido para fazer o tratamento.
  • Cultura: crescimento intencional de microrganismos ou tecidos em um ambiente controlado com a finalidade de avaliação, caracterização e identificação de suas características.
  • Urinálise: teste laboratorial para o fornecimento de informações relativas a todo o sistema urinário, que consiste na avaliação de sedimentos e no exame físico e químico de uma amostra de urina
  • Controle de qualidade: conjunto de medidas e procedimentos adotados com a finalidade de garantir a qualidade dos produtos e medicamentos produzidos, satisfazendo os pré-requisitos de pureza, eficácia, inocuidade e atividade.
  • Farmacopeia brasileira: Código Oficial Farmacêutico do País que determina os requisitos mínimos de qualidade e segurança para fármacos, insumos, drogas vegetais, medicamentos e produtos para a saúde.
  • Matéria-prima: produto natural ou transformado com especificação definida, utilizado na produção de medicamentos e que pode ser de origem vegetal, animal ou sintética. A matéria-prima engloba tanto os produtos com atividade farmacológica quanto aqueles sem atividade.
  • Procedimento Operacional Padrão (POP): descrição detalhada de operações e atividades necessárias para a realização de um procedimento. Os POPs sistematizam os processos funcionais na indústria farmacêutica e têm por objetivo padronizar os resultados, garantindo a qualidade do produto final.
  • Validação: evidência documentada de que um procedimento, técnica, teste, equipamento, sistema, material ou operação é eficiente em produzir resultados adequados aos seus propósitos, levando-se em consideração níveis e pré-requisitos estabelecidos. Como exemplo, podemos citar a remoção de resíduos a um nível predeterminado por um procedimento de limpeza validado.
  • Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC): sistema desenvolvido para garantir a qualidade e a segurança dos alimentos. Esse sistema estabelece boas práticas de fabricação industrial e determina etapas críticas — pontos críticos de controle —, identificando os perigos potenciais que podem comprometer a segurança dos alimentos, desde a etapa de aquisição da matéria-prima até o consumo. A qualidade do alimento nesse sistema baseia-se em suas características microbiológicas, químicas e físicas.
  • Análise sensorial: destinada a evocar, medir, analisar e interpretar as reações que as características dos alimentos provocam no consumidor, considerando os cinco sentidos: visão, paladar, tato, audição e olfato. É muito relevante para determinar a qualidade e aceitabilidade do alimento no mercado.
  • Codex Alimentarius: fórum internacional criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a normalização dos alimentos, visando a proteção da saúde humana e assegurar práticas equitativas de comércio.
  • Perigo: presença de danos no alimento que comprometem a sua qualidade e o tornam impróprio para o consumo humano. O perigo geralmente compreende a presença inaceitável de contaminantes biológicos, físicos ou químicos e/ou a inadequação do produto em relação ao Padrão de Identidade e Qualidade ou
  • Toxicologia de alimentos: ciência que estuda a presença de substâncias tóxicas de origem natural ou sintética, inerentes ou adicionadas aos alimentos. É ela que determina se os alimentos poderão ou não ser consumidos sem prejuízo para a saúde humana e em quais condições poderá ocorrer esse consumo.
  • Concentração: quantidade do fármaco ou princípio ativo presente em cada unidade de massa ou volume do medicamento.
  • Denominação Comum Brasileira (DCB): denominação do fármaco aprovada pelo órgão federal responsável pela vigilância sanitária no Brasil.
  • Denominação Comum Internacional (DCI): denominação do fármaco recomendada pela Organização Mundial de Saúde.
  • Dose: quantidade do fármaco a ser administrado a cada vez.
  • Forma farmacêutica: apresentação final do princípio ativo com características adequadas à via de administração, após a realização das técnicas e procedimentos para a adição de excipientes e outros componentes da fórmula.
  • Incompatibilidade: reação física ou química que acontece in vitro quando dois ou mais medicamentos incompatíveis são misturados em um mesmo recipiente: seringa, frasco ou equipo.
  • Interação medicamentosa: resposta farmacológica ou clínica decorrente da administração simultânea de dois ou mais medicamentos, diferente dos efeitos provocados pelos medicamentos administrados separadamente, podendo ser benéficas ou prejudiciais à saúde do paciente. Ocorrem entre dois medicamentos diferentes, entre medicamentos e alimentos, medicamentos e bebidas alcoólicas ou medicamentos e exames laboratoriais.
  • Medicamento fitoterápico: obtido pela utilização exclusiva de matérias-primas vegetais, a partir de técnicas e procedimentos tecnológicos adequados. Possui finalidade terapêutica, profilática ou diagnóstica.
  • Medicamento genérico: são aqueles que contêm o mesmo fármaco, na mesma dose e forma farmacêutica, além de serem administrados pela mesma via, possuírem a mesma indicação terapêutica e segurança do medicamento de referência do país.
  • Medicamento homeopático: obtido por técnicas de diluições, seguidas por sucções e triturações sequenciais. Possui finalidade terapêutica ou profilática e deve ser administrado seguindo o princípio da similitude.
  • Medicamento referência: produto inovador que tem a qualidade, segurança e eficácia comprovadas cientificamente, o qual é comercializado e registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária no país.
  • Medicamento similar: é aquele que contém o mesmo princípio ativo, na mesma concentração e forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica e que, portanto, é equivalente ao medicamento de referência. No entanto, diferentemente do genérico, o similar pode diferir nas características relativas ao tamanho, forma, prazo de validade, embalagem, rotulagem e excipientes. O medicamento similar deve sempre ser identificado por nome comercial.
  • Preparação magistral: medicamento manipulado em farmácia, considerando-se a fórmula, forma farmacêutica, posologia e modo de usar prescritos por um profissional habilitado.
  • Preparação oficial: medicamento preparado em farmácia, considerando-se a fórmula contida em compêndios, farmacopeias e/ou formulários reconhecidos pelo Ministério da Saúde.
  • Prescrição: refere-se ao ato de definir um medicamento e sua respectiva posologia para o tratamento de uma condição de saúde do paciente.
  • Prescritores: profissionais habilitados para prescrever um medicamento e/o tratamento. No Brasil, os profissionais de saúde que tem autorização como prescritores são médicos e os dentistas.
  • Princípio ativo: substância com atividade farmacológica responsável pelo principal efeito terapêutico do medicamento.
  • Posologia: conjunto relativo à dose e ao intervalo de administração de um medicamento e a duração do tratamento.
  • Reações Adversas a Medicamentos (RAMs): resposta nociva ou indesejável a um medicamento, que ocorre quando ele é utilizado nas doses recomendadas para tratamento, diagnóstico, profilaxia
  • ou modificação de alguma função fisiológica. Essas reações podem ocorrer em relação a qualquer componente presente na formulação do medicamento, como os excipientes ou princípios ativos.
  • Via de administração de medicamentos: local do organismo onde o medicamento é administrado ao paciente. Existem diversas vias de administração, sendo que cada uma delas é indicada para uma situação específica, a qual depende de características clínicas do paciente e da forma farmacêutica do medicamento. As vias mais comuns de administração de medicamentos são classificadas em enteral, parenteral e tópica:
  • Via enteral: o medicamento entra em contato com o organismo a partir do trato gastrointestinal (TGI). Compreende as vias oral, sublingual e retal:
  • Via Oral: o medicamento é administrado pela boca e o princípio ativo será absorvido pelo estômago ou pelo intestino. São administrados por essa via comprimidos, cápsulas, xaropes e suspensões. A via é contraindicada para pacientes inconscientes, com náuseas ou vômitos ou com danos na mucosa do TGI.
  • Via Sublingual: o medicamento é colocado debaixo da língua e o fármaco é absorvido pela mucosa oral. São administrados por essa via os comprimidos sublinguais.
  • Via Retal: o medicamento é administrado pelo reto. As formas farmacêuticas comumente administradas por essa via são soluções, suspensões e supositórios em pacientes que apresentam náuseas, vômitos ou que têm dificuldade de deglutir.
  • Via parenteral: o medicamento é administrado diretamente em tecidos do corpo, que não os do TGI, ou na corrente sanguínea, por meio de dispositivos como seringas e agulhas.
  • Via Intravenosa: o medicamento é administrado diretamente na corrente sanguínea, dentro de uma veia. São administradas por essa via soluções injetáveis estéreis. A via é geralmente escolhida para fármacos que não possuem boa absorção pelo TGI ou quando se deseja uma ação rápida do medicamento.
  • Intramuscular: o medicamento é administrado diretamente dentro de um músculo. Soluções aquosas, oleosas ou suspensões injetáveis podem ser administradas por essa via. Um dos fatores que leva a escolha da via intramuscular é a instabilidade do fármaco no TGI.
  • Via tópica: os medicamentos são administrados diretamente no local afetado, tais como a ele e mucosa da vagina, conjuntiva ou orofaringe, e geralmente possuem ação local.
  • ACM: a critério médico;
  • AD: água destilada;
  • ABD: água bidestilada;
  • AMP: ampola;
  • BID: duas vezes ao dia;
  • Cal: caloria;
  • CAP: cápsula;
  • CNO2: cateter nasal de oxigênio;
  • Col: colírio;
  • CP ou COMP: comprimido;
  • CR: creme;
  • d: dia;
  • DG: drágeas,
  • DI: disco;
  • ENV: envelope;
  • EV: endovenoso;
  • FAP/ F AMP: frasco ampola;
  • FL: flaconete;
  • Fr: frasco;
  • g: grama;
  • gts: gotas;
  • h: horas;
  • IM: intra muscular;
  • IV: intra venoso;
  • Kcal: quilocaloria;
  • KCI: cloreto de potássio;
  • kg: quilograma;
  • L: litro;
  • mcg: micrograma;
  • mEq: miliequivalente;
  • mg: miligrama;
  • MID: uma vez ao dia;
  • min: minuto;
  • mL: mililitro;
  • mMol: milimol;
  • NaCI: cloreto de sódio;
  • NPT: nutrição parenteral total;
  • QID: quatro vezes ao dia;
  • q.s.p: quantidade suficiente para;
  • PM: pomada;
  • QT: quimioterapia;
  • seg: segundo;
  • SN: se necessário;
  • SC: subcutâneo;
  • SF: solução fisiológica;
  • SG: solução glicosada;
  • SGF: soro glicofisiológico;
  • SL: sublingual;
  • SNE: sonda nasoenteral;
  • SNG: sonda nasogástrica;
  • Sol: solução;
  • SP/Sup: supositório;
  • SS/Susp: suspensão;
  • SY: spray;
  • TB: tubo;
  • TD: transdérmico;
  • TID: três vezes ao dia;
  • TNO: terapia nutricional oral;
  • TNP: terapia nutricional parenteral;
  • TU: tubete;
  • UI: unidades internacionais;
  • VD: vidro;
  • VO: via oral;
  • VR: via retal;
  • XP: xarope.