Sistemas visando ao conhecimento da quantidade de bens possuídos pelos cidadãos estavam em uso já no antigo Egito e nos reinos do Oriente: um meio destinado a mostrar bastante aproximadamente quais os recursos do Estado, tendo em vista sobretudo a imposição de tributos. O duplo significado da palavra latina census traduz bastante bem a dualidade das alternativas censitá-rias: controle dos bens possuídos e posição social em relação a esses bens. Havendo esta prática caído cada vez mais era desuso a partir da época das guerras civis, devido às novas formas sociais que estavam surgindo, a própria palavra census acabou por perder o seu significado primitivo durante a época feudal, passando a significar uma contribuição in natura ou em dinheiro, que incumbia ao senhor feudal pela concessão de uma terra em feudo. Na especificação de census capitis continuava a designar a numeração das pessoas por interesses fiscais; mas tais Censos eram irregularmente mantidos pelos Estados feudais (a censa del sale, por exemplo). Após a queda do ANCIEN RÉGIME e a constituição de regimes burgueses, as divisões sociais não se baseavam mais na origem nobre, burguesa ou rústica, mas no fato de pertencer a uma classe com determinado tipo de renda.Fonte: Dicionário de política I Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino – Editora Universidade de Brasília, 1 la ed., 1998

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