1. Conjunto de idéias que caracterizam uma escola ou um autor.
2. Filosofia: Originariamente, doutrina das idéias no sentido exposto pelo filósofo Antoine Destutt de Tracy (Elementos de ideologia, 1801), que, além de criar o termo, iniciou uma tendência, continuada por Pierre Jean Georges Cabanis (1757—1808), Étienne Bonnot de Condillac (1715-1780) e Pierre Paul Royer Collard (1763—1845), os quais defendem que as percepções sensíveis nos proporcionam as idéias, de modo que é possível construir uma ciência das idéias livre de preconceitos metafisicos.
O sentido atual do termo deriva de Napoleão I, que, ao referir-se aos filósofos partidários de Destutt de Tracy, opinava que estes eram “tão somente” uns ideólogos.
Hegel entende a ideologia como a separação da consciência em relação a si mesma ao longo do futuro histórico, processo no qual a consciência seria consciência dividida ou separada.
Marx recolhe esse aspecto da teoria de Hegel e estabelece uma diferenciação entre dois usos do termo: um que reflete essa cisão da consciência em relação a si mesma, originando assim a “falsa consciência” (ideologia), que provoca a alienação do homem; e outro que identifica ideologia com superestrutura, conjunto de conceitos que configuram a consciência e, além disso, as estruturas políticas e jurídicas que derivam dela.
Nos anos seguintes, o conceito foi assumido pelas ciências sociais tanto marxistas como não-marxistas e por sociólogos alemães como K. Mannheim e M. Scheler.
A teoria crítica (principalmente, T. W. Adorno) considera que, na sociedade moderna, ideologia e realidade estão intimamente relacionadas.
3. Sociologia: Conjunto de idéias e concepções que os grupos sociais criam acerca de seu entorno e de si mesmos, para explicar o mundo que os rodeia e o papel que representam nele. Distinguem-se vários tipos de ideologias principais: religiosas, econômicas, políticas e jurídicas. Diferenciam-se da ciência por não basear-se em uma metodologia rigorosa para verificar as idéias e os juízos expressos.
Constituem um elemento diferenciador quando querem expressar a realidade e os interesses de determinado grupo social. Estabelece-se então uma pugna ideológi ca com tendência a conseguir um maior grau de convencimento social favorável a determinada concepção do mundo; neste sentido, fala-se então de ideologias dominantes e dominadas, ou de ideolo gias hegemônicas e subordinadas.