Vários autores usam a expressão “turismo social” para denominar as características desse estrato da demanda, o que invariavelmente leva o leigo a confundi-lo com o turismo de massa, visto que este representa o maior segmento social no mercado de Turismo, o que em parte se justifica. A melhor denominação no caso seria “turismo socializado”, por suas próprias características. Entende-se por turismo socializado aquele que é fomentado com o objetivo de facilitar o turismo interno das classes menos favorecidas economicamente. Esse estrato da demanda somente poderá ser viabilizado em grandes proporções com a decisiva intervenção do Estado, sem objetivos de lucro e recuperação dos investimentos. Para a implantação de projetos de turismo socializado, serão necessários equipamentos e instalações especiais de baixo custo unitário, planejados em economia de escala com base na alta ocupação dos serviços durante o maior tempo possível; e programas de redução de tarifas de transporte, a serem subsidiados pelo Estado, para facilitar o deslocamento das áreas receptoras especialmente escolhidas para esse segmento social. Paralelamente à ação do Estado, os sindicatos de distintas categorias profissionais e associações de classe também poderiam planejar e desenvolver programas de turismo socializado, implantando em áreas pré-selecionadas equipamentos básicos como colônias de férias e centros de recreação e lazer. No turismo socializado, devemos considerar três segmentos sociais: os jovens, as pessoas idosas, os deficientes e inválidos, e os trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos em média. Esses segmentos utilizarão os equipamentos básicos referidos anteriormente, com algumas adaptações às suas peculiaridades. No Brasil, notam-se iniciativas isoladas de empresas e associações de classe, voltadas ao fenômeno do turismo socializado, ao passo que a vasta maioria preocupa-se tão somente em intensificar o desenvolvimento do turismo de massa ou comercial, eis que este garante retorno rápido dos investimentos do setor. Podemos afirmar a inexistência de uma política que vise especificamente atender às classes populares na prática do turismo. Por outro lado, é inegável a existência de uma demanda latente, mesmo reconhecendo as dificuldades para quantificar-se com exatidão as necessidades da população menos favorecida, em termos de férias e de lazer. Pode-se avaliar a escala da demanda partindo-se do pressuposto de que a demanda potencial cresce rapidamente sob o efeito de alguns fatores conhecidos como crescimento demográfico, aumento da taxa de urbanização, do tempo livre, do nível de informação cultural e alterações na estrutura da composição da pirâmide etária

 

Fonte: Ministério do Turismo. http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/

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